domingo, 15 de novembro de 2009

Vida

Nós humanos somos seres estranhos. Nunca estamos felizes com nada. Vivemos sempre buscando algo que não temos, e o que temos já não nos importa. Algo como: a felicidade está em um patamar acima do nosso e estamos sempre a buscá-la. Enfim, por mais que tenhamos bens, saúde, uma família, sempre falta algo. Que seja algo distante, que seja impossível, pois será isso que iremos desejar, ainda que o que precisamos, de fato, esteja ao alcance de nossas mãos.

Carros, casas, bens, dinheiro, dinheiro. Seria essa a definição ideal de felicidade? Não sei, a resposta não é tão simples. Talvez a felicidade não se resuma nessas coisas, em bens materias, embora estas coisas ajudem muito. Talvez, as coisas mais mais valiosas que temos, por mais démodé que seja, são amores. Não amores carnais apenas, paixões, mas sim amores, amores pelo simples viver, do amanhecer de um dia, de uma vida envolta de prazeres simplórios, e que não são necessariamente relacionados a dinheiro. Tá, reconheço que isso é filosófico demais, mas é realidade. Afinal, a vida deve ser encarada como um simplicidade impressionante, porque a vida é mesmo complexa. Mas é difícil ver simplicidade na vida, porque, aliás, a felicidade é, além de tudo, complexa.

Quando criança, eu queria ser adulto, mas por que cargas d’água hoje eu gostaria de ser criança? Por que sentimos falta daquilo que tivemos, e que sempre desejamos descartar?

Afinal, o que te faz feliz? O que nos faz feliz? O que é ser feliz? Talvez seja a esperança de saber que o amanhã poderá ser melhor, e é por isso que batalhamos hoje. É, talvez ser feliz seja isso: viver o que temos pra viver da maneira que podemos

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ninguem se importa

Vidas deixadas de lado, ninguém se importa e passam com descaso em frente a fome. São retratos dos que poderiam ser seus filhos, pais ou irmãos, mesmo assim, quem se importa? Quando se está no conforto de sua ignorância. Cada um por mais semelhante, sendo uma única espécie, são tão diferentes, tão egoístas. Predadores de sua própria espécie riem e se divertem, enquanto a morte lhes apresenta suas vitimas. Com sorrisos estampados em suas caras, não há mais nada pra dizer Como eu queria poder deitar cada noite e dormir tranqüilo Mas como, sabendo que tantos melhores que eu, deitam em papelões pelas calçadas? Corpos gélidos e rijos pelo frio, que corta sem piedade suas peles já curtidas pelo tempo. Não há razão para isso. Então me ponho a pensar se existe um Deus que olha pelos necessitados. Talvez até seja melhor assim, pelo menos não deixamos para o desconhecido os problemas bem conhecido que temos. Ao invés de apenas pedir compaixão e deixar em suas mãos, resolveríamos nós mesmos a situação. Mas se existe ou não um Deus, que diferença isso faz? Já que não sabemos viver como irmãos. Não há saída, nem mesmo chegada, não há destino e tão pouco, salvação. Estamos condenados a sermos míseros infelizes vivendo em nossa desgraça pensando que somos bons.